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“A imprensa tem um papel muito importante no momento de fortalecer a mulher”

 

A mídia, nacional e internacional, tem influência quando se trata da violência contra a mulher. Sendo assim, a forma como esse tema é abordado nos veículos midiáticos vem sendo bastante cuidadosa. Um exemplo é a propaganda “Violência contra a mulher não é fake news”, da Radioagência Senado, que ganhou o primeiro lugar no Prêmio de Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O intuito da propaganda era chamar a atenção do ouvinte para manchetes de casos reais e para os altos números da violência contra a mulher no Brasil, além de dar credibilidade às mulheres que denunciam casos de agressões.

 

A Promotora de Justiça, Lucy Antonelli, alerta que a imprensa tem um papel muito importante no momento de fortalecer a mulher, principalmente para que a mulher entenda que é vítima e que ela não é culpada por toda a violência que sofre. “Porque muitas mulheres, mesmo nos dias atuais, de todo o movimento feminista, de todo o empoderamento, das construções sociais que nós temos, muitas das vezes ainda se sentem culpadas pela violência que sofrem”, finaliza.  


Porém, ainda que seja um instrumento de grande ajuda, a mídia também pode fomentar uma violência cibernética contra a mulher, com a propagação de modelos estereotipados e mensagens com ideias e valores que geram, apresentam e reforçam as desigualdades de gênero.

A mídia brasileira carrega inúmeros exemplos de controvérsias remetendo a uma naturalização do machismo, como o texto do cronista José Maria Vasconcelos, publicado no jornal piauiense Diário do Povo, em janeiro de 2019. A publicação intitulada “O Pudor da Mulher Atrai o Respeito do Homem” sugere que delegacias da mulher devam ser fechadas e que as condutas de pudor feminino sejam o suficiente para que elas não sofram violências.

Além de divulgações polêmicas por parte da imprensa brasileira, também existem personalidades influentes no Brasil que já tiveram um histórico de discussão sobre o tema. Um depoimento bastante refutado neste ano foi o twitter do Ministro da Justiça, Sérgio Moro. O tweet continha as seguintes frases:

 

“Talvez nós, homens, nos sintamos intimidados pelo crescente papel da mulher em nossa sociedade. Por conta disso, parte de nós recorre, infelizmente, à violência física ou moral para afirmar uma pretensa superioridade que não mais existe.”

 

A declaração, feita em agosto de 2019, era relacionada à cerimônia de assinatura do Pacto para Implementação de Políticas Públicas de Prevenção e Combate à Violência Contra as Mulheres. O Ministro tornou-se alvo de críticas por ser acusado de querer justificar o machismo com o fato do papel das mulheres estar crescendo na sociedade.

 

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